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Francisco Maria Pereira da Silva

Fotografia de Francisco Maria Pereira da Silva
1874-1879
Direcção-Geral dos Trabalhos Geodésicos, Topográficos, Hidrográficos e Geológicos do Reino

Oficial da Armada, nasceu em Lisboa em 1813 e morreu na Figueira da Foz, no posto de Vice-Almirante reformado, em 1 de dezembro de 1891.Assentou praça de Guarda-Marinha, já com o curso da antiga Academia de Marinha, em 11 de janeiro de 1833. Tinha igualmente o curso da antiga Aula de Comércio.

Durante as lutas liberais serviu nas canhoneiras de Quebrantões, no Douro, e diariamente saía a barra, debaixo de violento fogo de artilharia e de metralha, para bater o inimigo em terra. Pouco antes trouxera de Ponta Delgada para o Porto o Iate "Sousa e Bastos", a salvo dos navios inimigos. Estas ações, em 1833, valeram-lhe os primeiros louvores. No mesmo ano comandou a Canhoneira n.º 4, postada em frente da boca da Ponte da Erva, no rio Tejo, onde impediu, durante longos dias e sempre em constantes duelos de artilharia, toda a comunicação de forças rebeldes. Em 1834 comandou o Iate "Pensamento Feliz", fundeado em frente do Pinheiro, no rio Sado, onde impediu a marcha do inimigo.

Logo que terminaram as lutas civis, Pereira da Silva, como era dos mais distintos engenheiros hidrógrafos, desempenhou durante muitos anos importantes missões para o levantamento geodésico do País, nos serviços de farolagem e balizamento, em trabalhos hidrográficos no porto de Lisboa, melhoramento da barra e porto da Figueira da Foz e muitos outros de não menor importância.

Teve a difícil tarefa de substituir Filipe Folque, depois deste ter falecido em 1874, à frente da Direcção-Geral dos Trabalhos Geodésicos, Topográficos, Hidrográficos e Geológicos do Reino, cargo que exerceu somente até 1879, tendo sido alvo de uma sindicância que o afastou dessas funções de chefia.

Foi agraciado com a Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa (concedida também a Caetano Maria Batalha, não só pelo bem que desempenharam a comissão de que foram encarregados, levantando a Carta Topográfica do Pinhal Nacional de Leiria, mas também em atenção aos mais serviços por eles prestados em Engenharia civil e hidráulica), a Real Ordem militar de S. Bento de Aviz (grau de Cavaleiro), a Real Ordem militar de Cristo (grau de Comendador), além da Medalha militar de Comportamento Exemplar, grau ouro.

Era Sócio honorário do Instituto Politécnico Brasileiro, Sócio titular de Instituto de África (França), Sócio honorário da Associação de Artistas de Coimbra, Sócio efetivo da Real Academia de Ciências de Lisboa, etc.

Escreveu:

Memória sobre o pinhal de Leiria (Lisboa, 1843 e 2.ª edição em 1859) com uma carta topográfica oferecida à antiga Associação Marítima e Colonial, tendo tido coautoria de outro ilustre engenheiro hidrógrafo, Caetano Maria Batalha;

Memória sobre observações de marés (também em coautoria com mesmo oficial de marinha) in Anais Marítimos e Coloniais - Tomo V;

Resposta às arguições que alguns habitantes da Figueira da Foz fizeram, acerca das obras públicas para melhoramento da barra e porto (Lisboa, 1862);

 

Breves considerações acerca da análise e refutação do Tenente Adolfo Loureiro à resposta... às arguições que alguns habitantes da Figueira da Foz... (Coimbra, 1865);

Relatório das obras para melhoramento da barra e porto da Figueira (2.ª edição com 5 estampas, em Lisboa, 1863);

Faróis, marcas marítimas, estações semafóricas e postos meteorológicos em Portugal (Lisboa, 1880);

Entrada do porto de Lisboa (Lisboa, 1882); Trabalhos hidrográficos no Ministério da Marinha e Ultramar (Lisboa, 1886); Projeto de melhoramento do porto de Lisboa (Lisboa, 1884).

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