Oficial do Exército, com o Curso do Corpo de Estado-Maior. Nasceu em 8 de setembro de 1867, em Lagos. Assentou praça como voluntário a 15 de outubro de 1884, tendo depois frequentado a Escola Politécnica de Lisboa, nos chamados estudos preparatórios, onde recebeu vários prémios académicos. Acabou a sua carreira militar (que o levou por duas vezes a Angola) já com o posto de Coronel.

Grande parte da sua carreira militar foi passada em serviços adidos ao Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria e Ministério das Colónias. Quando Tenente apresentou-se na Direcção-Geral dos Trabalhos Geodésicos e Topográficos (1898), e no ano seguinte foi nomeado Auxiliar dos Serviços Cartográficos. Em 1900 foi provido no lugar de Auxiliar da Direção dos Serviços Geodésicos. Mais tarde regressa ao Exército, mas em 1910 regressa aos Trabalhos Geodésicos e Topográficos. Em 1910, já Capitão do Corpo de Estado-Maior, é nomeado Adjunto da Repartição Geodésica, e passa a ter a seu cargo a Inspeção dos Marégrafos de Cascais e Lagos.

De 1912 a 1915, é Adido ao Ministério das Colónias, e destacado para Angola onde é nomeado Director de Agrimensura da Província de Angola. Em acumulação, chega a ser Chefe do Estado-Maior, interino, da Província e Comandante Militar de Luanda. Regressa à Metrópole, onde comanda algumas unidades do Exército. Em 1916, quando Major, é nomeado Chefe interino da Repartição do Gabinete do Ministério da Guerra, cargo que exerce até ao ano seguinte, quando é nomeado Subsecretário de Estado do Ministério da Guerra. Em 1918, é Deputado da Nação, e de 1919 a 1920 é novamente enviado para Angola onde exerce o cargo de Governador-Geral, interino, da Província de Angola.

Em 1920, regressa a Portugal, onde assume o cargo de Subchefe da Repartição de Geodesia da Direção Geral dos Trabalhos Geodésicos e Topográficos, e em 1921, nomeado Chefe da Missão Geográfica de Angola. Em 1923 é nomeado, interinamente, Administrador Geral dos Serviços Geodésicos, Topográficos e Cadastrais. Ainda nesse ano é designado Chefe da Secção Portuguesa das Uniões Internacionais de Astronomia, Geodesia e Radiotelegrafia científica. Em 1924 é nomeado Presidente da Comissão criada para apresentar ao Governo as Bases em que deviam assentar o Cadastro Geométrico da Propriedade.

Em 1924, foi louvado por duas vezes pelo Ministro do Comércio e Comunicações, "por ter representado Portugal de maneira distinta no Congresso de Geodesia e Geofísica, em Madrid, onde evidenciou a sua vastíssima cultura e acendrado zelo patriótico" e outra "pelo zelo e inteligência" com que desempenhou o serviço por fazer parte da Comissão encarregada de apresentar as bases em que se deve assentar o Cadastro Geométrico da propriedade.

De abril a junho de 1925, e em consequência da revolta militar de Lisboa de 18 de abril, vai ocupar a pasta de Ministro da Guerra, por nomeação do Presidente Teixeira Gomes, que, quando da sua exoneração (a seu próprio pedido) não deixa de declarar publicamente o zelo, inteligência e acendrado patriotismo como exerceu o cargo.

Em 1926, recusa, por motivos particulares, o importante cargo de Alto Comissário em Angola, e passa a desempenhar o recém-criado cargo de Diretor-Geral do Instituto Geográfico e Cadastral, conforme a Organização do mesmo organismo, aprovada pelo Decreto n.º 12.764. Em 1934, como Presidente da Associação Portuguesa de Fotogrametria, foi nomeado representante português no Congresso Internacional de Fotogrametria, que decorreu em Paris. Em outubro de 1935, participou ainda, no XXVI Congresso Internacional de Americanistas (Sevilha).

Foi condecorado com a Real Ordem de S. Bento de Aviz, grau de Cavaleiro; com a Ordem Militar de Cristo, grau de Comendador; Medalha Militar de Comportamento Exemplar, grau ouro; Cruz Vermelha de Benemerência, e ainda, com a prestigiada Ordem do Banho (Reino Unido). Era Sócio da Cruz Vermelha Portuguesa, Instituto de Coimbra e Sociedade Geográfica de Espanha.